Até músicos experientes podem não saber claramente o que é o processo de masterização. Mas pessoas que não estão envolvidas em produção musical geralmente não sabem nem uma fração do que está envolvido nesse processo. É claro que a maioria nota a diferença entre uma música boa e uma de má qualidade. Mas como os produtores musicais chegam lá exatamente? De uma gravação crua no estúdio para uma faixa totalmente acabada lançada em todas as maiores plataformas musicais. Como se chega lá? E quão importantes nesse processo são a mixagem e a masterização? Aliás, você sabe qual é a diferença entre esses dois processos mencionados? Os dois têm papéis completamente diferentes na produção musical. Então, de uma vez por todas, qual é a diferença? Junte-se a mim nesse artigo para descobrir.
Mixagem e masterização, um resumo simples
Primeiro você tem que entender que esses dois processos não são a mesma coisa. A mixagem (como veremos na cadeia de produção abaixo) vem antes da masterização e foca no tratamento de faixas individuais. No processo de mixagem, você trabalhará para fazer aquela única faixa/gravação ter um som bom, passando por etapas como equalização, compressão paralela, adição de efeitos (como reverb, por exemplo). Depois, ainda na mixagem, elas são renderizadas em uma só faixa estéreo . Essa via dupla será enviada ao engenheiro de masterização para que ele a finalize e garanta a boa qualidade da produção final. Resumindo, o processo de produção musical consiste na composição, arranjo, pré-produção e gravação de uma demo. Só observe que, hoje em dia, por conta dos home studios, gravar demos não é mais tão comum. As pessoas tendem a pular essa etapa e gravar a faixa final direto. De qualquer forma, os tópicos abaixo aprofundarão mais em cada etapa e mostrarão exatamente onde a mixagem e masterização entram.Onde estão a mixagem e masterização dentro da cadeia de produção musical?
Tudo tem seu lugar na cadeia de produção musical, e a mixagem e masterização fazem parte do meio para o final. Existem geralmente 5 passos nesse processo. Digo “geralmente”, pois alguns estilos musicais podem pular algumas partes. Por exemplo, a EDM pula a etapa de gravação, porque a maior parte das amostras a serem usadas já estão digitalizadas e (quase) prontas para a mixagem e masterização final. Mas fundamentalmente a cadeia de produção musical consiste nos seguintes 5 passos.1. Gravando as linhas guia
Nessa etapa do processo, os músicos usam a conhecida “batida” metronômica para ritmo e gravação de voz. Isso consiste em um click/batida regulado em um tempo específico e ajuda (principalmente) o baterista a não se perder, pois a bateria é o primeiro instrumento gravado. Produções eletrônicas ou feitas com um só software não passam por essa etapa, já que a bateria já está programada no “click” e quem está programando é o próprio compositor. Se o compositor esquece um compasso ou uma batida, ele pode simplesmente arrastar o som de bateria e criar a batida ou compasso que falta.2. Gravação
E sequenciamento, se for usar um só programa ou MIDI3. Edição
Editar bateria/batidas/gravações na matriz, afinando vocais, quantizando MIDIs.4. Mixagem
Essa etapa consiste na compressão/equalização colocação de efeitos em todas as faixas gravadas (esse número pode variar de poucas para centenas) e combiná-las em uma renderização/via dupla (a faixa estéreo final).5. Masterização
A faixa estéreo final é processada focando nos detalhes finais. Equalização para que funcione em todos os sistemas/fones de ouvido/alto falantes. Compressão, para que os instrumentos se misturem melhor e o nível da música como um todo seja aumentado a padrões adequados. O processo de masterização aumenta o loudness da faixa até chegar no nível usual de gravações finais.Mixagem, entendendo melhor
Em suma, no processo de mixagem você terá que organizar cada gravação em canais separados do seu mixer. Isso porque cada instrumento pede um tratamento diferente. Por exemplo, nos vocais você pode precisar de mais efeitos de eco e reverb, enquanto na bateria você não precisará (ou precisará menos). Além disso, cada instrumento/gravação é realçado em um conjunto diferente de frequências, portanto você precisará de uma configuração de equalização diferente para cada. A tabela abaixo, copiada de um outro artigo nosso que fala sobre resposta em frequência, te dará maior clareza sobre esse assunto. Entender a região de frequência de cada elemento do seu mix pode te ajudar a cortar algumas frequências desnecessárias, limpando assim o mix. Ainda mais, entender isso te ajuda a detectar possíveis problemas de instrumentos/frequência em conflito. Caso você tenha problemas de conflito de frequências, adivinha só onde que você solucionará isso? Quem respondeu “no mix”, acertou! Mas não se preocupe, leva anos para você dominar o processo de mixagem. Abaixo, lhe darei uma breve lista de tópicos para pesquisar que o ajudarão a melhorar suas habilidades de mixagem.- Processo de gravação. Como garantir a qualidade das suas fontes finais. Economizará muito do seu tempo durante os processos de mixagem e masterização.
- Organizando o seu mix. Cada faixa em um canal de mixagem diferente. Esse vídeo do YouTube pode te dar uma ideia sobre como fazer isso.
- Frequências, panning (panorama) nas faixas e equalização.
- Compressão, reverb, delay, e outros processos como esses.
- Compressão paralela, automações e efeitos de dissipação.